O Dia das Mães é um dia particularmente
sensível em muitas congregações – algo que pastores e líderes muitas
vezes nem o sabem. Isto é verdade até mesmo em congregações que não
focam o culto inteiro no evento, como se ele fizesse parte do calendário
litúrgico da igreja. Mulheres estéreis, e muitas vezes seus maridos,
ainda estão frequentemente sofrendo às sombras.
É bom e certo honrar as mães. A Bíblia
nos comanda tal atitude. Jesus o faz com sua própria mãe. Nós devemos
reconhecer, contudo, que muitas mulheres inférteis acham este dia
praticamente insuportável. Isso não é (necessariamente) porque estas
mulheres estão amarguradas ou invejosas. O dia é simplesmente um
lembrete de desejos não realizados – desejos que são bons.
Alguns pastores, admiravelmente,
mencionam em suas pregações e orações aquelas que querem ser mães, mas
não tiveram suas orações respondidas. Alguns reconhecem aquelas que não
são mães de crianças como mães para o resto da congregação, enquanto
elas discipulam espiritualmente filhas na fé. Isto é mais que um “alô”
para aquelas que não têm filhos. É um chamado à congregação para
alegrar-se naqueles que cuidam sabiamente da igreja como “mães”, e é um
convite à igreja para lembrar-se daqueles que anseiam desesperadamente
ouvir um “Mamãe” sendo dirigido a elas.
O que aconteceria se os pastores e líderes da igreja reservassem um dia para orar por filhos para as estéreis?
Em muitas igrejas o ministério de casais
estéreis é relegado para grupos de apoio que se reúnem no porão da
igreja durante a semana, cobertos pela escuridão. Agora, é verdade que
os casais inférteis precisam uns dos outros. O tempo de oração e de
aconselhamento com pessoas em circunstâncias semelhantes podem ser de
grande ajuda.
Mas fazer apenas isto pode contribuir
para a sensação de isolamento e até de vergonha naqueles que estão
feridos desta maneira. Além disso, se a única vez que se fala em
infertilidade é em uma sala com aqueles que atualmente são estéreis,
alguém irá provavelmente enquadrar tal situação em termos bastante
desesperados.
Na verdade, quase toda congregação está
cheia de pessoas previamente inférteis, incluindo muitas a quem
profissionais da medicina disseram que nunca teriam filhos! A maioria
das pessoas (a maioria de nós, devo dizer) que se encaixam nessa
categoria realmente não fala muito sobre isso, porque simplesmente não
pensa de si mesmo nesses termos. O(s) bebê(s) está(ão) aqui, e a dor da
infertilidade tem abrandado. Casais estéreis precisam ver outros que
estavam na posição onde eles atualmente estão, mas que já ganharam a
bênção que eles buscam.
E se, no final de um culto, o pastor
chamasse qualquer pessoa ou casal que queira oração para ter filhos virà
frente e, então, pedisse para outros na congregação se reunirem em
torno deles e orar? Nem todas as pessoas lutando contra a infertilidade
farão isso publicamente, e está tudo bem. Mas muitos irão. E mesmo
aqueles com vergonha de vir à frente serão incentivados por uma igreja
disposta a orar por aqueles feridos desta forma. O pastor poderia orar
por um dom de Deus para que estes casais consigam filhos, seja através
da procriação biológica ou por adoção, conforme o Senhor desejar em cada
caso.
Independentemente de como você fizer
isso, lembre-se dos inférteis enquanto o mundo que nos rodeia celebra a
maternidade. A mulher de Provérbios 31 precisa de nossa atenção, mas a
mulher de 1 Samuel 1 também.
Por Russell Moore © 2003-2012 The Southern Baptist Theological Seminary. Todos os direitos reservados.
Tradução e Adaptação: voltemosaoevangelho.com
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